Novembro 2014
"Posso estar em alto-mar e comer um bom caldo-verde português"
Ricardo Diniz estreia-se na mítica Rota do Rum, prova de vela solitária que liga a França ao México. Espera fazer travessia em 24 dias.
"Há uns anos trabalhava nos barcos que iam participar na Route du Rhum, agora vou participar. Às vezes não acredito! Foi muito duro chegar aqui..." Foi assim que o velejador solitário, Ricardo Diniz, abriu o coração ao DN, dias antes de começar a mítica prova transatlântica, que liga St. Malo (França) a Guadalupe (México), desde 1978, a cada quatro anos, e que o português espera cumprir em 24 dias ou 21 "se tiver vento e mar a favor"...
É o primeiro português a fazer a travessia e não está habituado a tanta atenção. "Há milhares de pessoas nas docas, querem ver os barcos, tirar fotografias, pedir autógrafos, falar connosco. Para ter algum sossego estes dias só saindo incógnito, de gorro e roupa informal. É uma atenção muito boa, mas eu estou doido para ir para o mar e ficar sozinho", confessa o velejador... solitário. Desta vez, vai ter a companhia de mais de 90 embarcações em alto-mar, desde os F1 à vela aos pequenos veleiros como o dele: "O barco é a minha ligação à vida. O mar por vezes é injusto, mas o barco nunca!"
Ricardo vai encarar o mar pela primeira vez em competição: "Para mim competir é chegar ao fim." E assim que partir de St. Malo, no domingo, entra "em modo militar". Ou seja, esquece o frio, a fome e o sono, porque o primeiro objetivo é "sobreviver à primeira semana!". E esperam-no "dias muito duros" em alto-mar. "Nos primeiros dias vou estar quase sempre acordado. Durmo quatro horas por dia, 10 a 15 minutos de cada vez. Mas pela previsão do tempo, acho que nem isso vai dar. Está previsto um temporal na zona de França nos primeiros dias e ninguém vai dormir com medo de bater noutro barco ou afastar-se da rota", contou.
Para estar alerta é essencial manter-se hidratado, beber muita água e ingerir suplementos vitamínicos. Apesar de ter uma alimentação cuidada "por norma", durante a preparação para a prova o velejador preocupou-se em recuperar os sete quilos perdidos na expedição ao Brasil em junho: "Já sei que os vou perder outra vez!"
Ler mais/Fonte: dn.pt
Portugal quer investir no mar mas faltam marinheiros
Mário Ferreira, proprietário da Douro Azul, anda numa azáfama para encontrar comandantes e chefes de máquinas portugueses para integrar as tripulações dos dois navios que vão começar a operar na Amazónia em 2016.
"Em Portugal, há falta de comandantes e, mais do que isso, chefes de máquinas que estejam familiarizados com máquinas modernas. Quando existem, estão a trabalhar em companhias de cruzeiros internacionais", lamentou o empresário, ao Dinheiro Vivo.
Em Portugal há apenas uma escola a formar marinheiros e as taxas de empregabilidade são de quase 100%: a Escola Superior Náutica Infante D. Henrique (ENIDH), em Oeiras. Mas a dificuldade em encher os cursos agravou-se, desde 2012, quando passaram a ser obrigatórios exames de Matemática e Física para o acesso, e o fim dos subsídios aos armadores que recebiam estagiários deixa muitos recém-licenciados sem poder embarcar e, consequentemente, obter a carta de oficial.
Ler mais/Fonte: jn.pt
Um edifício, dois gigantes do surf e uma família: o futuro da estalagem Narciso
Um concurso para a reabilitação do antigo estabelecimento da praia de Carcavelos reacendeu uma antiga disputa entre a família e a autarquia. Pelo meio, há duas marcas de surf interessadas no espaço.
A praia de Carcavelos já está habituada a grandes duelos de surf, mas aquele que opõe a Quiksilver e a Billabong será talvez dos maiores a que a praia já assistiu – e também um dos mais controversos. O desafio é a reabilitação e futura exploração do edifício onde funcionou a antiga estalagem Narciso – e aquelas duas marcas de surf apresentaram projetos a concurso, cujo vencedor será anunciado na próxima sexta-feira, 31 de outubro. Só que a família Narciso, que explorou a estalagem até 2000, diz-se vítima de roubo e promete não desistir da propriedade do edifício.
A iniciativa do concurso partiu do Centro Recreativo e Cultural Quinta dos Lombos, cuja secção náutica já está instalada no edifício Narciso, que desde setembro do ano passado é o Cascais Surf Center, acolhendo diversas instituições ligadas à modalidade e ao bodyboard.
Falta agora recuperar o que resta do Narciso. “Vai ser um elemento icónico, fazendo a devida homenagem a toda a história ligada ao senhor Narciso que desenvolveu aquele espaço”, disse, na apresentação dos projetos, no início de outubro, Miguel Luz, vice-presidente da autarquia. A homenagem a Narciso Luíz Grave Júnior é merecida, mas não desta forma, defende Luís Narciso Félix, neto do construtor e primeiro proprietário do edifício, que foi erguido nos anos 1950 e encerrou ao público em agosto de 2000.
Nesse ano, o espaço viu-se forçado a fechar portas depois de uma inspeção sanitária ter concluído que não reunia as devidas condições para estar em funcionamento. Mas os problemas do Narciso terão começado em 1998, quando foi aprovado o Plano de Ordenamento da Orla Costeira de Cascais, segundo o qual a estalagem se encontrava em domínio público marítimo, o que tinha duas consequências. Por um lado, a estalagem passava para a propriedade do Estado. Por outro, a família era obrigada a fazer obras no espaço para não perder a concessão. “Os projetos tinham de ser aprovados pelo Ministério do Ambiente e pela câmara”, relata Luís Narciso, que acusa o município de nunca ter dado o seu aval aos trabalhos.
A câmara de Cascais confirma que o atual proprietário do edifício é o Estado, “como em todas as restantes concessões no domínio público marítimo”. A família, no entanto, não concorda e escuda-se numa licença de utilização do estabelecimento por 99 anos que teria sido entregue a Narciso Júnior e que, entretanto, terá desaparecido.
Ler mais/Fonte: observador.pt
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